quarta-feira, 19 de novembro de 2014
1º Congresso de Escritores da Periferia de São Paulo
A Literatura Marginal/Periférica/Independente sem dúvida alguma, apesar da ainda pouca visibilidade, vem aos poucos trilhando sua trajetória. Entre os tantos obstáculos tanto na publicação quanto na circulação os livros, torna fundamental reunir boa parte dessa galera que bota as ideias no papel pra se discutir rumos e traçar estratégias.
No próximo domingo(23/11) a Fábrica de Cultura do Jardim São Luís, na Zona Sul de São Paulo, promoverá um Congresso de escritores da periferia da cidade. É a oportunidade para pessoas e coletivos se encontrarem para debaterem eixos dessa produção cultural como: etnia, gênero, status social, apoios e etc.
Chegue junto pois além de construtivo o evento é totalmente gratuito.
Confira mais informações no evento do Facebook: https://www.facebook.com/events/869144563120202/?ref_dashboard_filter=upcoming&sid_reminder=9161007286355755008
Ou também no próprio site da Fábrica: http://www.fabricasdecultura.org.br/fabrica/jardim-sao-luis/programacao-cultural
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Ambulantes sem fronteiras
Final de semana passado, o Poeta Ambulante Thiago Peixoto esteve em BH para acompanhar o Circuito Literário, onde participou do Sarau Comum, Leitura Nua, Sarau qualquer e Coletivoz, e aproveitando a oportunidade, mobilizou um bonde de poetas locais (e de outros estados), para invadir o metrô da cidade com poesia.
Foi um encontro especial e grandioso, importante de viver, esperamos e torcemos (de verdade) que essa seja uma semente para que novos coletivos surjam e ocupem com poesia os transportes públicos no Brasil inteiro.
Abaixo um registro do poeta Macoy Araí, falando um poema do eterno Manoel de Barros:
Foi um encontro especial e grandioso, importante de viver, esperamos e torcemos (de verdade) que essa seja uma semente para que novos coletivos surjam e ocupem com poesia os transportes públicos no Brasil inteiro.
Abaixo um registro do poeta Macoy Araí, falando um poema do eterno Manoel de Barros:
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Segunda tem poeta ambulante lançando livro na Parada Poética de Campinas
A Parada Poética é um sarau que acontece há aproximadamente dois anos nas cidades de Americana, Campinas e Nova Odessa no interior de São Paulo. A cada mês em uma cidade diferente, sempre às segundas-feiras, sendo que a próxima edição será já no dia 10/11 na Casa São Jorge, em Campinas. Os Poetas Ambulantes já visitaram a Parada algumas vezes e, neste mês Jefferson Santana é o poeta convidado para lançar o seu livro: Pétalas e Pedradas.
Para quem estiver na região vale muito chegar ao local para prestigiar o sarau e aproveitar para conhecer os autores e movimentos que participam. Por isso chegue junto e leve sua arte e coração pra lá.
Endereço: Avenida Santa Isabel, 655, Barão Geraldo
10 de novembro a partir das 19h
Entrada Franca
Conheça um pouco da Parada Poética acessando o link: https://www.youtube.com/watch?v=VexHkF0I3BQ
Evento no facebook: https://www.facebook.com/events/299442270266621/?fref=ts
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Dia D - Dia Drummond
Ontem sem dúvida alguma realizamos uma das saídas mais intensas dos Poetas Ambulantes. Nos armamos de poesia e troca com os passageiros da Linha 1 azul do Metrô foi memorável. Nossa intervenção homenageou Carlos Drummond de Andrade, que se estivesse vivo completaria no dia 31 de Outubro 112 anos. Mas pela intensidade e beleza de ontem, não duvidamos que ele estava entre nós.
Drummond é um nome mais respeitados da literatura nacional e internacional, e não a toa recebeu a partir de 2011 um dia pra ser homenageado anualmente. "Trata-se do "Dia D - Dia Drummond", que é uma iniciativa do Instituto Moreira Sales que acontece sempre no dia do aniversário do autor. Cada ano há uma atividade diferente, sendo que neste haverá a estreia de um filme com depoimentos e declamação de poemas do poeta Itabirano. Para saber mais a respeito do filme e das iniciativas, acesse o site: http://www.ims.com.br/ims/visite/programacao/diadrummond e aproveite para conhecer um pouco mais da história do autor.
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
9ª Livro Livre
Este ano além das doações de livros ocorrerão diversas atividades culturais voltada a literatura em 4 estações, durante os dias 28, 29, 30 e 31 de outubro, com performances artísticas e bate-papo com autores e profissionais do livro, para apresentar aos passageiros as diversas possibilidades da escrita, desde a ideia inicial até a atividade concreta.
Nós estaremos somando nessa iniciativa, com sarau/apresentação e bate-papo sobre o coletivo e a produção da nossa primeira antologia "Uma vez Poetas Ambulantes..."
Anota ai na agenda e venha conferir!
28/10 - 15h30 Estação da Luz
29/10 - 14h00 Estação Bras
30/10 - 15h00 Estação Barra-funda
31/10 - 11h00 Estação Osasco
28/10 - 15h30 Estação da Luz
29/10 - 14h00 Estação Bras
30/10 - 15h00 Estação Barra-funda
31/10 - 11h00 Estação Osasco
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Versos Vegetarianos - Renan Inquérito
Nosso parceiro Renan do Grupo Inquérito, lançará em breve CD Corpo e Alma, com participação de muita gente bacana, mas por enquanto bora ouvir a música Versos Vegetarianos que conta com a participação de Arnaldo Antunes, além de citar versos do querido Victor Rodrigues "se a gente é o que come / quem não come nada some/ deve ser por isso/ que ninguém enxerga/ toda essa gente que passa fome".
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Festival de Poesia da Cidade de São Paulo
Essa quarta-feira vai acontecer o evento para escolha do ganhador do Festival de Poesia da Cidade de São Paulo, no Centro Cultural São Paulo.
Ao longo do dia acontecerão diversas atividades como parte da programação do Festival, que contou com mais de 150 vídeo-poemas inscritos.
Um dos Poetas Ambulantes, o Thiago Peixoto, está concorrendo com seu poema Aquarela Paulistana. Ao todo serão 30 finalistas apresentando seu trabalho.
O evento é gratuito, confira abaixo a programação:
14h - Feira Livre de Livros
15h - Ensaio Poético com Sérgio Vaz
17h - Clarianas
18h - Festival de Poesia da Cidade de São Paulo, premiação e show de encerramento com a banda Metá-Metá!
Mais informações: www.correspondenciapoetica
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Feira de livros com autores independentes na biblioteca Mario de Andrade
Pra você que já conhece os autores que participam dos diversos saraus espalhados pela cidade, mas ainda não possui os livros deles, ou pra você que deseja conhecer um pouco mais dessa cena cultural, no próximo sábado (18) haverá uma feira livre de venda e troca de livros entre autores na biblioteca Mário de Andrade, no Centro de Sampa.
Chegue lá e confira com os próprios olhos que literatura é coisa de gente viva... bem viva!
Chegue lá e confira com os próprios olhos que literatura é coisa de gente viva... bem viva!
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Envie seu projeto para o Edital de Ocupação do CCJ!
De 20 de setembro de 2014 até 21 de outubro de 2014, estão abertas as inscrições para o Edital de Ocupação do CCJ.
O objetivo do edital é selecionar projetos artísticos culturais das mais diversas áreas, como teatro, dança, intervenções, mostra de vídeo, literatura, história em quadrinhos, entre outros elaborados obrigatoriamente por moradores da cidade de São Paulo e preferencialmente por jovens entre 18 e 29 anos, para dar assim mais visibilidade e autonomia aos jovens e seus projetos.
Para saber mais e ler o edital completo acesse: http://ccjuve.prefeitura.sp.gov.br/2014/09/envie-seu-projeto-para-o-edital-de-ocupacao-do-ccj/
Corre que ainda dá tempo ;)
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
I Festival de Poesia da Cidade de São Paulo
O projeto Correspondência Poética existe desde 2009 e tem como objetivo entregar poemas de autores periféricos, através de cartas, em pontos e terminais de ônibus da cidade. Esses poemas são escritos à mão em papel reciclado, enrolados em forma de pergaminhos e colocados em caixas concebidas e feitas por um artista plástico da região, com um indicativo: "pegue aqui".
Este ano, com apoio da prefeitura e da secretaria de cultura, através do Programa VAI, o coletivo está produzindo um festival que irá premiar 13 poetas e distribuir 10.000 poemas.
Hoje será o primeiro dia de diversas atividades organizadas pelo coletivo Correspondência Poética, com intervenções artísticas e culturais por toda a cidade.
Nós vamos participar em alguns dias das atividades, realizando sarau itinerante e distribuição de poesias nos arredores das Fábricas de Cultura Capão Redondo, São Luís e Vila Nova Cachoeirinha. Além de participar de participar de evento que acontecerá no CC Vergueiro e Feira de Livros na Biblioteca Mario de Andrade.
Para mais informações, acesse o site do projeto.
Este ano, com apoio da prefeitura e da secretaria de cultura, através do Programa VAI, o coletivo está produzindo um festival que irá premiar 13 poetas e distribuir 10.000 poemas.
Hoje será o primeiro dia de diversas atividades organizadas pelo coletivo Correspondência Poética, com intervenções artísticas e culturais por toda a cidade.
Nós vamos participar em alguns dias das atividades, realizando sarau itinerante e distribuição de poesias nos arredores das Fábricas de Cultura Capão Redondo, São Luís e Vila Nova Cachoeirinha. Além de participar de participar de evento que acontecerá no CC Vergueiro e Feira de Livros na Biblioteca Mario de Andrade.
Para mais informações, acesse o site do projeto.
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Luz, Flores e Peixes
Luz, Flores e Peixes é um trio musical infantil que nasceu em setembro de 2013, compõe essa magia os Poetas Ambulantes Luz Ribeiro e Thiago Peixoto e para completar a formação, Paulo Flores que faz parte da Banda Apologia Groove.
O trio surgiu quando esses três amigos-irmãos-aliados resolveram musicar o livro BOLA, LÁPIS e PAPEL da Poeta (também Ambulante) Carolina Peixoto, o repertório também conta com covers e canções autorais.
Gostou da proposta??? Vale a pena conferir as próximas apresentações, leve a sua criança interior e mais outra criança, vamos nos divertir, juntos.
O trio surgiu quando esses três amigos-irmãos-aliados resolveram musicar o livro BOLA, LÁPIS e PAPEL da Poeta (também Ambulante) Carolina Peixoto, o repertório também conta com covers e canções autorais.
Gostou da proposta??? Vale a pena conferir as próximas apresentações, leve a sua criança interior e mais outra criança, vamos nos divertir, juntos.
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Embrionários versos revolucionários no sarau Olhares Devasso
Essa semana o poeta ambulante Thiago Peixoto, estará com seu livro, Embrionários versos revolucionários, no sarau Olhares Devassos, para falar um pouco sobre a obra e recitar alguns poemas.
O livro foi lançado em abril do ano passado, teve a primeira e segunda tiragem esgotada, foi reimpresso no segundo semestre e vem sendo apresentado em diversas ações com os Poetas Ambulantes.
O Sarau olhares Devassos tem o microfone aberto, espaço livre para todos os poetas que quiserem se apresentar e comercializar seus trabalhos.
Dia 10 de outubro de 201
À partir das 20h
À partir das 20h
Rua Pamplona, Nº 983
Próx. ao Metrô Trianon MASP
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade completaria mais uma primavera em outubro e, para homenagear esse poeta que tanto inspira e ocupa o repertório de nosso coletivo, vamos fazer uma saída exclusiva com repertório de seus poemas, no dia 28.
Para conhecer um pouco mais sobre sua obra, trazemos este documentário produzido pela TV Cultura que traz a vida e a obra de Drummond.
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
PUTA
Poesia PUTA da poeta Luz Ribeiro também está participando do I Festival de Poesia da Cidade de São Paulo clique e confira o vídeo-poesia- >>>> PUTA - Luz Ribeiro <<<<<
para ler:
PUTA
“que despudoradas
essas mulheres de roupas decotadas
depois reclamam que lhe passam a mão
com esses trajes merecem mesmo um vagão.
a outra saiu de saia curta em plena noite
sem exagero, merecia uma surra de açoite
assim, teria mais cautela
e preveniria de ser abusada em uma viela.
bananinhas e jacas tem exceção
podem aparecer semi nuas na televisão
é profissão , sabe? devemos respeitar
e na boa o corpo delas são de invejar.
mina que merece o meu respeito
por ter filme e livro feito
e não ser dessas inocentes bobinhas
lindo o jeito
livre da bruna surfistinha.”
não me acostumarei com esse conceito:
de que mulher vale o que veste
se usar burca acabasse o preconceito
os mulçumanos fariam das mulheres presidentes.
sobejo de falas malditas mostram a realidade
o machismo nosso de cada dia incutido
independe do gênero e idade
e cada gesto corrói as vitimas de modo despercebido.
será que só homem sente calor?
pois podem livremente andar sem camiseta
mulher com roupa justa é adjetivo de sem pudor
e ao serem o que são, tornam-se alvo de indiretas.
entopem-nos de artigos de como nos aceitar
- somos todos iguais para revolucionar
há um mundo lindo fora de nossas casas.
ensinam- nos
o caminho e depois nos podam as
asas.
mulheres são incentivadas
trabalhar, escrever , cantar... viver
mas quando
enfim descobrem o ser
provocam na sociedade mal estar, azia.
bradam que somos livres sexualmente
mas se uma Fran durante a relação sexual for filmada
nas rede sociais reacionárias ela será humilhada
tornando-se mais uma pessoa dita indecente.
a santarrona que fez imagem com sinal de positivo
em conversa com as amigas ela diz:
- entre quatro
paredes meu sexo é apelativo
adoro mostrar que sou experiente e não aprendiz.
o puritano divulgou no facebook o mesmo gesto disse:
“ mulher não deve se desvalorizar, não é legal. “
mas na cama implora pra namorada fazer anal
e que o oral
dela o deixa inquieto.
há quem reclame das que vão pra rua
das que batem na cara da hipocrisia
não aceitam qualquer homem como companhia
e estampam frases na sua carne crua.
eu quero estar com as quem vão a luta
não me vista de culpa, já sei me cobrir de alegria
e quando novamente for chamada de puta
receberei essa palavra como cortesia.
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Os Três Mal-Amados (João Cabral de Melo Neto)
Joaquim:
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
VAI 10 anos
No ano passado o programa VAI da prefeitura de SP completou dez anos e para registrar esta história foi produzido o documentário "A periferia é o Centro" que traz entrevista com diversos proponentes de projetos que foram contemplados desde a primeira edição do programa.
O Poetas Ambulantes é um dos projetos que está neste vídeo, com a participação da Carolina Peixoto falando um pouco sobre o trabalho do coletivo, discutindo sobre políticas públicas e arte periférica.
O Poetas Ambulantes é um dos projetos que está neste vídeo, com a participação da Carolina Peixoto falando um pouco sobre o trabalho do coletivo, discutindo sobre políticas públicas e arte periférica.
Vale a pena conferir!
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Crime Poético de Jefferson Santana também na disputa no Festival de Poesia da cidade de São Paulo
O poeta ambulante Jefferson Santana também está concorrendo no Festival de Poesia da Cidade de São Paulo, com o poema "Crime Poético" de seu primeiro livro "Cantos e desencantos de um guerreiro" publicado em 2011.
Assista ao vídeo abaixo e aproveite para curtir, comentar e compartilhar para ajudar a colocá-lo diretamente com chances no Festival.
http://correspondenciapoetica.com.br/festival-de-poesias/154-crime-poetico.html
Crime poético
Assista ao vídeo abaixo e aproveite para curtir, comentar e compartilhar para ajudar a colocá-lo diretamente com chances no Festival.
http://correspondenciapoetica.com.br/festival-de-poesias/154-crime-poetico.html
Crime poético
Hoje minha mão está armada,
De caneta muito bem carregada
De tinta, que deixa marcas graciosas
Na folha, e as intenções objetivas:
Surge como Sol na ponta do cano,
Indo em direção ao meio do crânio,
Como tiro de chumbo certeiro,
A modificar os neurônios do hospedeiro.
A mão é ansiosa e intencional,
A caneta é mero objeto acidental,
A folha cúmplice e prova criminal,
E o crânio é do gigante que cai,
Com a palavra mais ardente que vai,
Como bala que explode e não sai.
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
Clipoema Aquarela Paulistana disputa Festival de Poesia
Assistam ao Clipoema do Poeta Ambulante Thiago Peixoto, que gravou um vídeo de sua poesia Aquarela Paulistana, públicada em seu livro Embrionários Versos Revolucionários.
O vídeo está concorrendo no Festival de Poesias da Cidade de São Paulo, que está com inscrições abertas até o dia 30 de setembro, para poesias gravadas em vídeo.
Assista e dê sua colaboração curtindo, comentando e compartilhando com seus amigos, a repercussão vai ser um dos critérios para avaliação.
Clique na imagem e acesse o vídeo:
Aquarela Paulistana
No sinal vermelho
o sangue azul
vê um ser transparente
Branco de fome
Roxo de frio
Antes do verde
A mão preta se abre
O sorriso amarelo também
O vidro fume se fecha
A cidade cinza diz: Amém!
quinta-feira, 18 de setembro de 2014
YZALÚ
EM BREVE O PRIMEIRO CD DE YZALÚ "MINHA BOSSA É TRETA", AGUARDEMOS. Enquanto isso... Vamos conhecendo mais dessa guerreira.
"Yzalú (08 de Setembro de 1982, São Bernardo do Campo, São Paulo) é uma cantora, compositora e intérprete paulistana e que se tornou conhecida no movimento Hip Hop incorporando o seu violão em interpretações de músicas clássicas do rap nacional, como: Jesus Chorou (Racionais MC's), Desculpa Mãe (Eduardo), O Resgate (Realidade Cruel), Oitavo Anjo (Dexter), Um Bom Lugar (Sabotagem), Cabeça de Nego (Sabotagem). A artista chamou a atenção ao interpretar a música Mulheres Negras, composta pelo rapper e escritor Eduardo Ex-Facção Central, onde colocou o dedo na ferida de muitos na sociedade denunciando e evidenciando a realidade das mulheres negras do Brasil."
Mulheres Negras - Eduardo (Facção Central)
Enquanto o couro do chicote cortava a carne,
A dor metabolizada fortificava o caráter;
A colônia produziu muito mais que cativos,
Fez heroínas que pra não gerar escravos matavam os filhos;
Não fomos vencidas pela anulação social,
Sobrevivemos à ausência na novela, no comercial;
O sistema pode até me transformar em empregada,
Mas não pode me fazer raciocinar como criada;
Enquanto mulheres convencionais lutam contra o machismo,
As negras duelam pra vencer o machismo,
O preconceito, o racismo;
Lutam pra reverter o processo de aniquilação
Que encarcera afros descendentes em cubículos na prisão;
Não existe lei maria da penha que nos proteja,
Da violência de nos submeter aos cargos de limpeza;
De ler nos banheiros das faculdades hitleristas,
Fora macacos cotistas;
Pelo processo branqueador não sou a beleza padrão,
Mas na lei dos justos sou a personificação da determinação;
Navios negreiros e apelidos dados pelo escravizador
Falharam na missão de me dar complexo de inferior;
Não sou a subalterna que o senhorio crê que construiu,
Meu lugar não é nos calvários do brasil;
Se um dia eu tiver que me alistar no tráfico do morro,
É porque a lei áurea não passa de um texto morto;
Não precisa se esconder segurança,
Sei que cê tá me seguindo, pela minha feição, minha trança;
Sei que no seu curso de protetor de dono praia,
Ensinaram que as negras saem do mercado
Com produtos em baixo da saia;
Não quero um pote de manteiga ou um xampu,
Quero frear o maquinário que me dá rodo e uru;
Fazer o meu povo entender que é inadmissível,
Se contentar com as bolsas estudantis do péssimo ensino;
Cansei de ver a minha gente nas estatísticas,
Das mães solteiras, detentas, diaristas.
O aço das novas correntes não aprisiona minha mente,
Não me compra e não me faz mostrar os dentes;
Mulher negra não se acostume com termo depreciativo,
Não é melhor ter cabelo liso, nariz fino;
Nossos traços faciais são como letras de um documento,
Que mantém vivo o maior crime de todos os tempos;
Fique de pé pelos que no mar foram jogados,
Pelos corpos que nos pelourinhos foram descarnados.
Não deixe que te façam pensar que o nosso papel na pátria
É atrair gringo turista interpretando mulata;
Podem pagar menos pelos os mesmos serviços,
Atacar nossas religiões, acusar de feitiços;
Menosprezar a nossa contribuição na cultura brasileira,
Mas não podem arrancar o orgulho de nossa pele negra;
Refrão:
Mulheres negras são como mantas kevlar,
Preparadas pela vida para suportar;
O racismo, os tiros, o eurocentrismo,
Abalam mais não deixam nossos neurônios cativos.
Fontes:
http://www.vagalume.com.br/yzalu/mulheres-negras.html
https://www.youtube.com/watch?v=hwwIJMxhtNc
http://www.yzalu.com/#!bibliografia/c1y3n
"Yzalú (08 de Setembro de 1982, São Bernardo do Campo, São Paulo) é uma cantora, compositora e intérprete paulistana e que se tornou conhecida no movimento Hip Hop incorporando o seu violão em interpretações de músicas clássicas do rap nacional, como: Jesus Chorou (Racionais MC's), Desculpa Mãe (Eduardo), O Resgate (Realidade Cruel), Oitavo Anjo (Dexter), Um Bom Lugar (Sabotagem), Cabeça de Nego (Sabotagem). A artista chamou a atenção ao interpretar a música Mulheres Negras, composta pelo rapper e escritor Eduardo Ex-Facção Central, onde colocou o dedo na ferida de muitos na sociedade denunciando e evidenciando a realidade das mulheres negras do Brasil."
Mulheres Negras - Eduardo (Facção Central)
Enquanto o couro do chicote cortava a carne,
A dor metabolizada fortificava o caráter;
A colônia produziu muito mais que cativos,
Fez heroínas que pra não gerar escravos matavam os filhos;
Não fomos vencidas pela anulação social,
Sobrevivemos à ausência na novela, no comercial;
O sistema pode até me transformar em empregada,
Mas não pode me fazer raciocinar como criada;
Enquanto mulheres convencionais lutam contra o machismo,
As negras duelam pra vencer o machismo,
O preconceito, o racismo;
Lutam pra reverter o processo de aniquilação
Que encarcera afros descendentes em cubículos na prisão;
Não existe lei maria da penha que nos proteja,
Da violência de nos submeter aos cargos de limpeza;
De ler nos banheiros das faculdades hitleristas,
Fora macacos cotistas;
Pelo processo branqueador não sou a beleza padrão,
Mas na lei dos justos sou a personificação da determinação;
Navios negreiros e apelidos dados pelo escravizador
Falharam na missão de me dar complexo de inferior;
Não sou a subalterna que o senhorio crê que construiu,
Meu lugar não é nos calvários do brasil;
Se um dia eu tiver que me alistar no tráfico do morro,
É porque a lei áurea não passa de um texto morto;
Não precisa se esconder segurança,
Sei que cê tá me seguindo, pela minha feição, minha trança;
Sei que no seu curso de protetor de dono praia,
Ensinaram que as negras saem do mercado
Com produtos em baixo da saia;
Não quero um pote de manteiga ou um xampu,
Quero frear o maquinário que me dá rodo e uru;
Fazer o meu povo entender que é inadmissível,
Se contentar com as bolsas estudantis do péssimo ensino;
Cansei de ver a minha gente nas estatísticas,
Das mães solteiras, detentas, diaristas.
O aço das novas correntes não aprisiona minha mente,
Não me compra e não me faz mostrar os dentes;
Mulher negra não se acostume com termo depreciativo,
Não é melhor ter cabelo liso, nariz fino;
Nossos traços faciais são como letras de um documento,
Que mantém vivo o maior crime de todos os tempos;
Fique de pé pelos que no mar foram jogados,
Pelos corpos que nos pelourinhos foram descarnados.
Não deixe que te façam pensar que o nosso papel na pátria
É atrair gringo turista interpretando mulata;
Podem pagar menos pelos os mesmos serviços,
Atacar nossas religiões, acusar de feitiços;
Menosprezar a nossa contribuição na cultura brasileira,
Mas não podem arrancar o orgulho de nossa pele negra;
Refrão:
Mulheres negras são como mantas kevlar,
Preparadas pela vida para suportar;
O racismo, os tiros, o eurocentrismo,
Abalam mais não deixam nossos neurônios cativos.
Fontes:
http://www.vagalume.com.br/yzalu/mulheres-negras.html
https://www.youtube.com/watch?v=hwwIJMxhtNc
http://www.yzalu.com/#!bibliografia/c1y3n
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Valendo a vida! - últimos dias pra contribuir
"Valendo a vida!" é um documentário que pretende mostrar a evolução da cena de Slam de poesia dentro do Brasil. Desde o ZAP em 2008 até os dias atuais, o número de frequentadores das batalhas de poesia tem aumentado ano a ano, e já há outros movimentos que participam dessa cena com intensidade.
Para poder retratar esse importante acontecimento na cena artística, Roberta Estrela D'Alva, idealizadora do projeto, lançou campanha no catarse para arrecadar fundos para a realização do filme. É mais que importante que amantes e simpatizantes da poesia contribuam, pois a proposta do documentário é uma oportunidade de evidenciar ainda mais a poesia falada, e alavancar ainda mais o movimento.
Chegue lá no site e contribua também. São os últimos dias.
http://www.catarse.me/en/VV#about
Para poder retratar esse importante acontecimento na cena artística, Roberta Estrela D'Alva, idealizadora do projeto, lançou campanha no catarse para arrecadar fundos para a realização do filme. É mais que importante que amantes e simpatizantes da poesia contribuam, pois a proposta do documentário é uma oportunidade de evidenciar ainda mais a poesia falada, e alavancar ainda mais o movimento.
Chegue lá no site e contribua também. São os últimos dias.
http://www.catarse.me/en/VV#about
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Próxima saída, em homenagem a Elizandra Souza (MJIBA)
Salve passageir@s
e parceir@s
da vida e da lida diária
essa semana faremos saída
em homenagem a jovem
mulher revolucionária
a poeta Elizandra Souza (MJIBA).
Vai ser bem da hora,
não dêem bobeira,
será essa quarta feira agora,
confiram o horário
e o itinerário,
a noite promete,
deixe-nos mais contente,
vem ser feliz com a gente.
Quarta-feira, 10 de setembro
Encontro as 18h30
Local: Av. João Dias (Alt. 2046 – Sentido Centro)
Saída as 19h
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Concurso Cultural Inverso do Avesso por Poeme-se!
A galera da Poeme-se vive lançando moda (literalmente rs) e dessa vez resolveram abrir a brincadeira para todos que queiram somar, ou seja, poetas disfarçados de trabalhadores que vivemos a cruzar pelos transportes públicos podem se achegar que agora é a chance!
Está aberto o Concurso Cultural Inverso do Avesso onde o seu poema pode estampar uma camiseta!
Como participar? Envie seu poema com até 140 caracteres (incluindo os espaços) para o e-mail contato@jornalplasticobolha.com.br e comece a torcer! O resultado sai no dia 15/09.
Para conhecer o regulamento clique aqui.
Boa sorte e POEME-SE sempre!
segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Pé de Passagem - Primeira edição
Amigos,
passageiros e permanentes,
queremos agradecer imensamente
a todos que estiverem conosco
para ver, ouvir e falar
poesia e prosa
esse sábado que passou
e voou com nossas asas,
no primeiro sarau
que fizemos na Casa das Rosas.
passageiros e permanentes,
queremos agradecer imensamente
a todos que estiverem conosco
para ver, ouvir e falar
poesia e prosa
esse sábado que passou
e voou com nossas asas,
no primeiro sarau
que fizemos na Casa das Rosas.
Foi realmente muito especial.
Essa primeiro edição
estivemos ao lado, literalmente,
dos nossos parceiros
que tocaram o bonde com a gente:
Sobrenome Liberdade e Sarau Pensamento
e mais um monte de amigos
que vieram ao Pé de Passagem comungar
que vieram ao Pé de Passagem comungar
a palavra e partilhar o silêncio
para ouvir as mensagens soltas no ar.
Depois do sarau
ninguém foi embora
ficamos por 1 hora
fazendo poesia pelos trilhos
da linha verde,
foi de encher os olhos.
Depois do sarau
ninguém foi embora
ficamos por 1 hora
fazendo poesia pelos trilhos
da linha verde,
foi de encher os olhos.
Instantes importantes
e muito marcantes
para a nossa história,
para a nossa história,
esperamos
que os próximos aconteçam
com a mesma energia e sintonia,
aprendemos muito quando estamos juntos.
Veja em nossa página algumas fotos realizadas pelo nosso amigo e fotógrafo João Marcos: http://migre.me/loIRq
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
1,2,3 ... ZAP!
"Com ZAP! (Zona Autônoma da Palavra) e poetas convidados.
Noite de poesia falada, com microfone aberto, sem competição. Uma ágora livre na qual a diversidade é a convidada de honra e a celebração da palavra, o principal objetivo. Além dos poetas do ZAP! Roberta Estrela D'Alva, Lua Gabanini, Claudia Schapira e Eugênio Lima, participam Serginho Poeta do Sarau do Binho, Sinhá e Daniel Minchoni do Sarau do Burro, Ni Brisant do Sarau Sobrenome Liberdade, Lews Barbosa do Slam do Grito e Luz Ribeiro dos Poetas Ambulantes. "
Bora chegar é hoje no SESC São José dos Campos às 20 horas.
programação SESC
"eu.tu.ia"
Noite de poesia falada, com microfone aberto, sem competição. Uma ágora livre na qual a diversidade é a convidada de honra e a celebração da palavra, o principal objetivo. Além dos poetas do ZAP! Roberta Estrela D'Alva, Lua Gabanini, Claudia Schapira e Eugênio Lima, participam Serginho Poeta do Sarau do Binho, Sinhá e Daniel Minchoni do Sarau do Burro, Ni Brisant do Sarau Sobrenome Liberdade, Lews Barbosa do Slam do Grito e Luz Ribeiro dos Poetas Ambulantes. "
Bora chegar é hoje no SESC São José dos Campos às 20 horas.
programação SESC
"eu.tu.ia"
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Sarau Pé de Passagem
A Casa das Rosas, na Avenida Paulista, receberá a partir do dia 30 de agosto o Sarau Pé de Passagem, organizado por nós, os Poetas Ambulantes, e que a cada edição terá outros dois saraus convidados, sendo que os primeiros serão o Sobrenome Liberdade e o Pensamento Negro. Sempre nos últimos sábado de cada mês até novembro, chegaremos para transformar o espaço na nossa casa da poesia.
Como não poderia ser diferente, após o sarau sairemos pelos transportes públicos da região para declamar poesia. é imperdível.
Onde:
Avenida Paulista, 37 - São Paulo/SP
Entrada franca e microfone aberto
Chegue com a gente!
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
Poetas Ambulantes na Bienal Internacional do Livro de São Paulo
A 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo acontecerá entre os dias 22 à 31 de agosto, no Pavilhão de exposições do Anhembi na capital paulista. Dentre as atrações, nós faremos intervenções em dois dias: A 1ª no dia 22 às 19h; e a 2ª no dia 27 às 12h.
Para obter maiores informações, clique no link abaixo:
http://www.bienaldolivrosp.com.br/pt-BR/Sessions/7517/Poetas-Ambulantes
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
Zé Ninguém - Editora abre edital para coletânea de poesia
A editora e produtora cultural Zé Ninguém, está estreando uma nova fase, agora como selo literário independente, aproveita para lançar sua primeira coletânea: o "Vende-se".
Poderão se inscrever qualquer pessoa maior de 16 anos, com poemas éditos ou inéditos e de qualquer localidade do Brasil. As inscrições começam no dia 14/8 e vão até o final do mesmo mês, no dia 31.
Para mais informações faço o download do edital no link abaixo e boa sorte:
http://www.4shared.com/file/2R1EbU3vce/ANEXO_Edital_Z_Ningum.html
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Jefferson Santana faz lançamento de seu segundo livro na próxima sexta (15/08)
Mais um livro de integrantes dos Poetas Ambulantes vem aí. Trata-se de Pétalas e Pedradas, o segundo livro de Jefferson Santana, que será lançado oficialmente nesta sexta (15/08) em uma edição especial do Sarau Sobrenome Liberdade, na região do Grajaú em Sampa. O livro ainda conta com a participação de outros dois integrantes do coletivo: Thiago Peixoto que escreveu uma das orelhas e Lu'z Ribeiro que fez 4 ilustrações.
Abaixo sinopse do livro:
Há momentos em que recebemos pétalas, outros pedradas. A questão é que num cotidiano de tantos embates sentimentais e sociais, a poesia pode nascer dos dois. Como já dizia Drummond que “Uma flor nasceu na rua”, Pétalas e Pedradas é fruto da orgânica da vida, das alegrias e dos pesares, sendo que é o que floresceu e se petrificou em poesia, para ficar eternamente registrado nas páginas da história de quem aceitar um pouco de lirismo nos seus caminhos.
Abaixo sinopse do livro:
Há momentos em que recebemos pétalas, outros pedradas. A questão é que num cotidiano de tantos embates sentimentais e sociais, a poesia pode nascer dos dois. Como já dizia Drummond que “Uma flor nasceu na rua”, Pétalas e Pedradas é fruto da orgânica da vida, das alegrias e dos pesares, sendo que é o que floresceu e se petrificou em poesia, para ficar eternamente registrado nas páginas da história de quem aceitar um pouco de lirismo nos seus caminhos.
Lançamento oficial de Pétalas e Pedradas -15/08
Onde:
Relicário Rock Bar, Sarau Sobrenome Liberdade - Especial.
Rua Manoel de Lima, 178 - São Paulo/SP
Entrada franca com microfone aberto.
Link do evento no facebook:
https://www.facebook.com/events/539446366182348/?fref=ts
https://www.facebook.com/events/539446366182348/?fref=ts
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Aquarela Paulistana - Thiago Peixoto
No sinal vermelho
o sangue azul
vê um ser transparente.
Branco de fome.
Roxo de frio.
Antes do verde,
a mão preta se abre
o sorriso amarelo também,
o vidro fumê se fecha
e a cidade cinza diz: Amém!
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Paranapiacaba agora tem Festival Literário também
Há exatamente uma semana falávamos aqui do início da Flip em Paraty/RJ. Agora anunciamos que outra cidade entra para a lista das que realizam festivais literários no Brasil. Trata-se de Santo André, na Grande São Paulo, representada por Paranapiacaba que é um dos seus distritos mais conhecidos pelos famosos festivas de inverno.
O Festival Literário de Paranapiacaba acontecerá entre os dias 4 e 7 de setembro, das 10 as 17h, na Vila Inglesa que é um dos pontos turísticos mais conhecidos da região. A poeta e dramaturga Hilda Hilst será a grande homenageada dessa primeira edição.
Maiores informações, com relação a programação podem ser obtidas através do site:
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Vídeo Poesia: Emerson Alcalde- Oqueelatinha?
A senhora estava andando pela rua quando caiu,
O que ela tinha?
O que ela tinha?
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
Contribuam, Valendo a Vida!
Valendo a Vida! é documentário produzido por Tatiana
Lohmann e Roberta Estrela D’Alva que registra o momento único em que os slams
de poesia começam a se popularizar no Brasil e se estabelecem como um novo
gênero de expressão cultural. Os espaços onde os slams se realizam são
transformados em ágoras onde cidadãos, munidos apenas de suas vozes, contando
com alguns minutos à frente de um microfone e uma plateia atenta, fazem uso, em
ação político-poética, do sagrado direito à liberdade de expressão e ao livre pensamento.
Acesse o site e de sua contribuição para a finalização desse filme: http://www.catarse.me/pt/VV
Criado por Mark Smith em Chicago, nos anos 80, o slam trouxe renovação para a poesia oral e valorizou a arte da performance poética, crescendo rapidamente e se propagando pelo mundo todo. Talvez seu sucesso se deva ao fato de ter nascido como um encontro informal, um jogo criativo que inspira a subir no palco, quer você seja um operário de fábrica com uma poesia guardada na gaveta ou um escritor consagrado. Quer seja uma avó aposentada que gostava de rimar em segredo ou um garoto de doze anos motivado pela cultura hip hop. A diversidade é uma marca e a ideia de tudo acontecer em torno de um campeonato estimula a criação e refina a performance, trazendo a dose certa de tensão e atenção da plateia, entre a qual são escolhidos os jurados. Graças a tudo isso, estima-se hoje que existam pelo menos 500 comunidades de slam em países como França, Alemanha, Irlanda, Inglaterra, Austrália, Zimbabwe, Madagascar, Israel, Singapura, Polônia, Itália, Hawaí… e recentemente, Brasil!
Acesse o site e de sua contribuição para a finalização desse filme: http://www.catarse.me/pt/VV
Criado por Mark Smith em Chicago, nos anos 80, o slam trouxe renovação para a poesia oral e valorizou a arte da performance poética, crescendo rapidamente e se propagando pelo mundo todo. Talvez seu sucesso se deva ao fato de ter nascido como um encontro informal, um jogo criativo que inspira a subir no palco, quer você seja um operário de fábrica com uma poesia guardada na gaveta ou um escritor consagrado. Quer seja uma avó aposentada que gostava de rimar em segredo ou um garoto de doze anos motivado pela cultura hip hop. A diversidade é uma marca e a ideia de tudo acontecer em torno de um campeonato estimula a criação e refina a performance, trazendo a dose certa de tensão e atenção da plateia, entre a qual são escolhidos os jurados. Graças a tudo isso, estima-se hoje que existam pelo menos 500 comunidades de slam em países como França, Alemanha, Irlanda, Inglaterra, Austrália, Zimbabwe, Madagascar, Israel, Singapura, Polônia, Itália, Hawaí… e recentemente, Brasil!
No Brasil, o slam chega em 2008 com o ZAP!, primeiro evento
do gênero do país, organizado pela atriz-MC, poeta e diretora Roberta Estrela
D’Alva e pelo coletivo artístico Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. Desde então
o número de praticantes vem aumentando e novos slams nacionais surgem, como o
Slam da Guilhermina, o Menor Slam do Mundo, o Slam do Grito, o Slam do 13, o
Iapois Poesia, o Atibaia Slam Clube, o Slam Tagarela e oSlam do Livramento.
quinta-feira, 31 de julho de 2014
Rodrigo Campos - Califórnia Azul
Califórnia Azul é a música que serviu de sample para duas de cinco do mestre Criolo, vale a pena saber de onde vem o que ouvimos.
Califórnia Azul - Rodrigo Campos
não tava lá fazendo cera
ele não tá de brincadeira
malandro se jogou no asfalto
carregado na canseira
deixou a mina na calçada
como é bonita e safada
fica me olhando desse jeito
e eu não posso fazer nada
já dei plantão na rua dela
e o namorado na favela
moleque que já tem cartaz
e a menina dando trela
compro uma pistola do vapor
visto o jaco califórnia azul
faço uma mandinga pro terror
e vou...
se eu fosse um cara diferente
chegava junto de repente
beijava a boca e tudo mais
pelo tesão que a gente sente
compro uma pistola do vapor
visto o jaco califórnia azul
faço uma mandinga pro terror
e vou..
quarta-feira, 30 de julho de 2014
Hoje começa a FLIP
Paraty é uma das mais turísticas cidades do Rio de Janeiro e do Brasil. Alguns dos motivos são suas encantadoras paisagens naturais e a arquitetura histórica espalhada pela cidade. Além disso, é responsável por organizar grandes festas ao longo do ano, sendo que a mais famosa começa hoje, trata-se da FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty), que entre os dias 30/07 a 03/08 vai reunir nomes consagrados da literatura, assim como vários artistas independentes de diferentes gêneros, como nós Poetas Ambulantes, que veem na FLIP uma oportunidade para divulgar seus trabalhos para um grande público.
O grande homenageado desta edição será o autor Millôr Fernandes, além das diversas mesas com os vários autores convidados durante esses 5 dias. Pra começar bem, haverá um show de abertura no Centro Histórico com a cantora Gal Costa às 21:30h. Confira a programação oficial no site: http://www.flip.org.br/
Nós, os Poetas Ambulantes já teremos parte do time na cidade hoje e iremos circular por ela, divulgando nossos livros, nosso trabalho e realizando intervenções pelas ruas, além de realizarmos os seguintes eventos:
Sarau Ambulante - Microfone aberto
1 de agosto, às 19h
Hostel Sereia do Mar
Rua Jabaquara, 33 - Praia do Jabaquara
Slambulante - Batalha de Poesia
(Textos autorais de até 3 minutos)
2 de agosto, às 17h
Che Lagarto Hostel
Rua Benina Toledo do Prado, 22 - Paraty
Estão todos convidados para essas datas e convidamos também todos os artistas independentes a ocuparmos a cidade com as nossas artes e para compartilhar ideias, conhecendo mais uns os outros.
Um grande abraço
Uma vez Poetas Ambulantes e nada será como antes!
segunda-feira, 28 de julho de 2014
ESTATUTO DO HOMEM - Thiago de Mello (Ato Institucional Permanente)
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.
Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.
Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
o uso do traje branco.
Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.
Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.
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