quarta-feira, 29 de outubro de 2014
Dia D - Dia Drummond
Ontem sem dúvida alguma realizamos uma das saídas mais intensas dos Poetas Ambulantes. Nos armamos de poesia e troca com os passageiros da Linha 1 azul do Metrô foi memorável. Nossa intervenção homenageou Carlos Drummond de Andrade, que se estivesse vivo completaria no dia 31 de Outubro 112 anos. Mas pela intensidade e beleza de ontem, não duvidamos que ele estava entre nós.
Drummond é um nome mais respeitados da literatura nacional e internacional, e não a toa recebeu a partir de 2011 um dia pra ser homenageado anualmente. "Trata-se do "Dia D - Dia Drummond", que é uma iniciativa do Instituto Moreira Sales que acontece sempre no dia do aniversário do autor. Cada ano há uma atividade diferente, sendo que neste haverá a estreia de um filme com depoimentos e declamação de poemas do poeta Itabirano. Para saber mais a respeito do filme e das iniciativas, acesse o site: http://www.ims.com.br/ims/visite/programacao/diadrummond e aproveite para conhecer um pouco mais da história do autor.
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
9ª Livro Livre
Este ano além das doações de livros ocorrerão diversas atividades culturais voltada a literatura em 4 estações, durante os dias 28, 29, 30 e 31 de outubro, com performances artísticas e bate-papo com autores e profissionais do livro, para apresentar aos passageiros as diversas possibilidades da escrita, desde a ideia inicial até a atividade concreta.
Nós estaremos somando nessa iniciativa, com sarau/apresentação e bate-papo sobre o coletivo e a produção da nossa primeira antologia "Uma vez Poetas Ambulantes..."
Anota ai na agenda e venha conferir!
28/10 - 15h30 Estação da Luz
29/10 - 14h00 Estação Bras
30/10 - 15h00 Estação Barra-funda
31/10 - 11h00 Estação Osasco
28/10 - 15h30 Estação da Luz
29/10 - 14h00 Estação Bras
30/10 - 15h00 Estação Barra-funda
31/10 - 11h00 Estação Osasco
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
Versos Vegetarianos - Renan Inquérito
Nosso parceiro Renan do Grupo Inquérito, lançará em breve CD Corpo e Alma, com participação de muita gente bacana, mas por enquanto bora ouvir a música Versos Vegetarianos que conta com a participação de Arnaldo Antunes, além de citar versos do querido Victor Rodrigues "se a gente é o que come / quem não come nada some/ deve ser por isso/ que ninguém enxerga/ toda essa gente que passa fome".
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Festival de Poesia da Cidade de São Paulo
Essa quarta-feira vai acontecer o evento para escolha do ganhador do Festival de Poesia da Cidade de São Paulo, no Centro Cultural São Paulo.
Ao longo do dia acontecerão diversas atividades como parte da programação do Festival, que contou com mais de 150 vídeo-poemas inscritos.
Um dos Poetas Ambulantes, o Thiago Peixoto, está concorrendo com seu poema Aquarela Paulistana. Ao todo serão 30 finalistas apresentando seu trabalho.
O evento é gratuito, confira abaixo a programação:
14h - Feira Livre de Livros
15h - Ensaio Poético com Sérgio Vaz
17h - Clarianas
18h - Festival de Poesia da Cidade de São Paulo, premiação e show de encerramento com a banda Metá-Metá!
Mais informações: www.correspondenciapoetica
quarta-feira, 15 de outubro de 2014
Feira de livros com autores independentes na biblioteca Mario de Andrade
Pra você que já conhece os autores que participam dos diversos saraus espalhados pela cidade, mas ainda não possui os livros deles, ou pra você que deseja conhecer um pouco mais dessa cena cultural, no próximo sábado (18) haverá uma feira livre de venda e troca de livros entre autores na biblioteca Mário de Andrade, no Centro de Sampa.
Chegue lá e confira com os próprios olhos que literatura é coisa de gente viva... bem viva!
Chegue lá e confira com os próprios olhos que literatura é coisa de gente viva... bem viva!
terça-feira, 14 de outubro de 2014
Envie seu projeto para o Edital de Ocupação do CCJ!
De 20 de setembro de 2014 até 21 de outubro de 2014, estão abertas as inscrições para o Edital de Ocupação do CCJ.
O objetivo do edital é selecionar projetos artísticos culturais das mais diversas áreas, como teatro, dança, intervenções, mostra de vídeo, literatura, história em quadrinhos, entre outros elaborados obrigatoriamente por moradores da cidade de São Paulo e preferencialmente por jovens entre 18 e 29 anos, para dar assim mais visibilidade e autonomia aos jovens e seus projetos.
Para saber mais e ler o edital completo acesse: http://ccjuve.prefeitura.sp.gov.br/2014/09/envie-seu-projeto-para-o-edital-de-ocupacao-do-ccj/
Corre que ainda dá tempo ;)
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
I Festival de Poesia da Cidade de São Paulo
O projeto Correspondência Poética existe desde 2009 e tem como objetivo entregar poemas de autores periféricos, através de cartas, em pontos e terminais de ônibus da cidade. Esses poemas são escritos à mão em papel reciclado, enrolados em forma de pergaminhos e colocados em caixas concebidas e feitas por um artista plástico da região, com um indicativo: "pegue aqui".
Este ano, com apoio da prefeitura e da secretaria de cultura, através do Programa VAI, o coletivo está produzindo um festival que irá premiar 13 poetas e distribuir 10.000 poemas.
Hoje será o primeiro dia de diversas atividades organizadas pelo coletivo Correspondência Poética, com intervenções artísticas e culturais por toda a cidade.
Nós vamos participar em alguns dias das atividades, realizando sarau itinerante e distribuição de poesias nos arredores das Fábricas de Cultura Capão Redondo, São Luís e Vila Nova Cachoeirinha. Além de participar de participar de evento que acontecerá no CC Vergueiro e Feira de Livros na Biblioteca Mario de Andrade.
Para mais informações, acesse o site do projeto.
Este ano, com apoio da prefeitura e da secretaria de cultura, através do Programa VAI, o coletivo está produzindo um festival que irá premiar 13 poetas e distribuir 10.000 poemas.
Hoje será o primeiro dia de diversas atividades organizadas pelo coletivo Correspondência Poética, com intervenções artísticas e culturais por toda a cidade.
Nós vamos participar em alguns dias das atividades, realizando sarau itinerante e distribuição de poesias nos arredores das Fábricas de Cultura Capão Redondo, São Luís e Vila Nova Cachoeirinha. Além de participar de participar de evento que acontecerá no CC Vergueiro e Feira de Livros na Biblioteca Mario de Andrade.
Para mais informações, acesse o site do projeto.
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
Luz, Flores e Peixes
Luz, Flores e Peixes é um trio musical infantil que nasceu em setembro de 2013, compõe essa magia os Poetas Ambulantes Luz Ribeiro e Thiago Peixoto e para completar a formação, Paulo Flores que faz parte da Banda Apologia Groove.
O trio surgiu quando esses três amigos-irmãos-aliados resolveram musicar o livro BOLA, LÁPIS e PAPEL da Poeta (também Ambulante) Carolina Peixoto, o repertório também conta com covers e canções autorais.
Gostou da proposta??? Vale a pena conferir as próximas apresentações, leve a sua criança interior e mais outra criança, vamos nos divertir, juntos.
O trio surgiu quando esses três amigos-irmãos-aliados resolveram musicar o livro BOLA, LÁPIS e PAPEL da Poeta (também Ambulante) Carolina Peixoto, o repertório também conta com covers e canções autorais.
Gostou da proposta??? Vale a pena conferir as próximas apresentações, leve a sua criança interior e mais outra criança, vamos nos divertir, juntos.
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Embrionários versos revolucionários no sarau Olhares Devasso
Essa semana o poeta ambulante Thiago Peixoto, estará com seu livro, Embrionários versos revolucionários, no sarau Olhares Devassos, para falar um pouco sobre a obra e recitar alguns poemas.
O livro foi lançado em abril do ano passado, teve a primeira e segunda tiragem esgotada, foi reimpresso no segundo semestre e vem sendo apresentado em diversas ações com os Poetas Ambulantes.
O Sarau olhares Devassos tem o microfone aberto, espaço livre para todos os poetas que quiserem se apresentar e comercializar seus trabalhos.
Dia 10 de outubro de 201
À partir das 20h
À partir das 20h
Rua Pamplona, Nº 983
Próx. ao Metrô Trianon MASP
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade completaria mais uma primavera em outubro e, para homenagear esse poeta que tanto inspira e ocupa o repertório de nosso coletivo, vamos fazer uma saída exclusiva com repertório de seus poemas, no dia 28.
Para conhecer um pouco mais sobre sua obra, trazemos este documentário produzido pela TV Cultura que traz a vida e a obra de Drummond.
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
PUTA
Poesia PUTA da poeta Luz Ribeiro também está participando do I Festival de Poesia da Cidade de São Paulo clique e confira o vídeo-poesia- >>>> PUTA - Luz Ribeiro <<<<<
para ler:
PUTA
“que despudoradas
essas mulheres de roupas decotadas
depois reclamam que lhe passam a mão
com esses trajes merecem mesmo um vagão.
a outra saiu de saia curta em plena noite
sem exagero, merecia uma surra de açoite
assim, teria mais cautela
e preveniria de ser abusada em uma viela.
bananinhas e jacas tem exceção
podem aparecer semi nuas na televisão
é profissão , sabe? devemos respeitar
e na boa o corpo delas são de invejar.
mina que merece o meu respeito
por ter filme e livro feito
e não ser dessas inocentes bobinhas
lindo o jeito
livre da bruna surfistinha.”
não me acostumarei com esse conceito:
de que mulher vale o que veste
se usar burca acabasse o preconceito
os mulçumanos fariam das mulheres presidentes.
sobejo de falas malditas mostram a realidade
o machismo nosso de cada dia incutido
independe do gênero e idade
e cada gesto corrói as vitimas de modo despercebido.
será que só homem sente calor?
pois podem livremente andar sem camiseta
mulher com roupa justa é adjetivo de sem pudor
e ao serem o que são, tornam-se alvo de indiretas.
entopem-nos de artigos de como nos aceitar
- somos todos iguais para revolucionar
há um mundo lindo fora de nossas casas.
ensinam- nos
o caminho e depois nos podam as
asas.
mulheres são incentivadas
trabalhar, escrever , cantar... viver
mas quando
enfim descobrem o ser
provocam na sociedade mal estar, azia.
bradam que somos livres sexualmente
mas se uma Fran durante a relação sexual for filmada
nas rede sociais reacionárias ela será humilhada
tornando-se mais uma pessoa dita indecente.
a santarrona que fez imagem com sinal de positivo
em conversa com as amigas ela diz:
- entre quatro
paredes meu sexo é apelativo
adoro mostrar que sou experiente e não aprendiz.
o puritano divulgou no facebook o mesmo gesto disse:
“ mulher não deve se desvalorizar, não é legal. “
mas na cama implora pra namorada fazer anal
e que o oral
dela o deixa inquieto.
há quem reclame das que vão pra rua
das que batem na cara da hipocrisia
não aceitam qualquer homem como companhia
e estampam frases na sua carne crua.
eu quero estar com as quem vão a luta
não me vista de culpa, já sei me cobrir de alegria
e quando novamente for chamada de puta
receberei essa palavra como cortesia.
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Os Três Mal-Amados (João Cabral de Melo Neto)
Joaquim:
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.
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