No último sábado realizamos a nossa 9ª saída oficial pelos coletivos de São Paulo. O ponto de partida, dessa vez, foi a estação Osasco da CPTM, de onde fomos de trem, metrô e lotação até à zona leste, no Sarau dos Mesquiteiros, que acontece todo último sábado de cada mês, na E.E. Jornalista Francisco Mesquita, em Ermelino Matarazzo.
Começamos a jornada por volta das 15h, em sete poetas: Alex Jardim (Cabelo), Carolina Peixoto, Eduardo Dias, Lu’z Ribeiro, Jefferson Santana, Thiago Peixoto e Victor Rodrigues, além da nossa fotógrafa Renata Armelim, registrando cada reação provocada pelas poesias por nós disparadas.
Pegamos a linha de trem sentido Barra funda, para fazermos baldeação na linha vermelha. Lá já encontramos mais uma ilustre poeta, que abrilhantou nosso time, a Luiza Borba, que nos acompanhou até a estação Guilhermina Esperança. Por meio da nossa voz, entoando diferentes poesias, Carlos Drummond, Giovani Baffô, Thiago de Melo, Mário Quintana, Victor Rodrigues, Miró da Muribeca, Paulo Leminski, Sérgio Vaz, entre outros poetas, contemporâneos e consagrados, se fizeram presentes no dia a dia das pessoas, despertando sorrisos e novos olhares à suas obras.
O trajeto de lotação foi um capitulo a parte, entramos em três carros ao longo do caminho e, no último deles, tivemos o privilégio de conhecer o Eudis, o cobrador da lotação, que simplesmente adorou o nosso projeto. Em todas as paradas, enquanto declamávamos diversos poemas, ele anunciava às pessoas no ponto: “quem vai, lotação da poesia, tá vazio”, isso quando não declamava os versos recém decorados, do livro que acabara de ganhar, #PoucasPalavras, do Renan Inquérito. Todos achavam um máximo, davam risada, batiam palma, foi realmente incrível a energia dele conosco.
Ao chegar no ponto final, iniciamos o cortejo pelo bairro, rumo ao ‘Mesquita’. Megafone na mão, gogó afiado e: “Pra onde eu vou? Vou pro sarau!” o coro forte dos poetas foi invadindo os comércios e casas. Poucos instantes andando, uma feliz coincidência do outro lado da rua, avistamos o cortejo dos alunos do Sarau dos Mesquiteiros, liderado pelo professor Rodrigo Ciríaco e sua poderosa alfaia. Nos encontramos e unimos energia para continuar a andar, convidando a comunidade para participar do sarau de aniversário de três anos do Mesquiteiros, que tem uma característica muito bacana e marcante, as crianças e adolescentes se envolvem maciçamente, não só para declamar, mas na organização do evento também. O Sarau em si foi lindo, perfeito, nos apresentamos, assistimos diversos poetas ótimos e para finalizar ninguém menos que o Fernandinho BeatBox, um verdadeiro showman, que encerrou com chave de ouro.
Depois do show, e de comer bolo (óbvio), pegamos o caminho de volta. Para nossa sorte, quando chegamos ao ponto final da lotação que nos levaria ao metro Guilhermina esperança, encontramos o Eudis novamente, que fez questão de nos dar carona e mostrou que já tinha lido mais da metade do livro do Renan (que tinha ganhado poucas horas antes). Essa fome de poesia lhe rendeu mais um livro, dessa vez do poeta Thiago Peixoto, Embrionários versos revolucionários, que ao ver sua empolgação, autografou um exemplar na mesma hora e o presenteou.
Foi tudo muito lindo, momentos bons de se viver, outros virão.
Uma vez Poetas Ambulantes e nada será como antes.
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