Com toda educação
A poesia pede autorização
para entrar por traz no busão
Rouba atenção e aplausos
Em troca de alguns causos
Declamados à multidão.
Arranca diversos sorrisos
Tímidos, escancarados
Acorda olhares perdidos
Distrai os ali distraídos
Beija os corações cansados.
Sua voz é ouvida
Mesmo só de passagem
Quem está na lida
Se depara com a vida
E entende a mensagem.
Motoristas, cobradores
Crianças, adultos
Trabalhadores, artistas astutos,
poetas consagrados,
Contemporâneos, marginalizados,
Todos dividindo espaço
Dentro da minhoca de aço.
A poesa ganha vida
E não passa despercebida
Quem pode, registra
Quem não, também
Seja no celular, só no olhar
Ou na energia que move o trem.
São Paulo nos estressa
A pressa é desenfreada
O ônibus está lotado
Mas ninguém olha pro lado
E mantém a cara fechada.
Não importa se no Tucuruvi
Ou no Guarapiranga
No Grajau ou Guilhermina-esperança
Quem enfrenta sabe que cansa
Se sentar o sono bate de pronto
Se moscar, todos perdem o ponto.
O mundo é o coletivo
O coletivo é um mundo
Uns indo trabalhar
Outros voltando pra descansar
Friamente profundos.
Desconhecidos ouvidos atentos
Nas palavras lançadas ao vento
Grandes potenciais amigos,
Que levarão a mim consigo.
Viver de instantes
Como poetas ambulantes
É nossa recompensa
A poesia é uma urgência
Por isso estou declamando
Pois vocês sabem
Eu podia ta matando,
eu podia ta roubando...
Parabéns ao trabalho......
ResponderExcluirMAGNIFICO...
SENSACIONAL...
EXTRAORDINÁRIO...
SEM MAIS....
NÃO TENHO UMA TRADUÇÃO CORRETA AO TRABALHO DE VOCÊS.....
MUITO DIGNO DE APLAUSOS...
Obrigado Thuane!
ExcluirÉ lindo receber este carinho e reconhecimento! Aparece sábado lá no Parque =D