sexta-feira, 26 de abril de 2013

Oficina Projeto Arrastão - Fotografia & Poesia 
(Turma Arte além dos Muros) - 24/04/2013
Equipe: Renata Armelin, Mel Duarte, Thiago Peixoto. 

Descrição da proposta: 

   Da mesma forma que lemos poemas, ficção, notícias, também somos capazes de “ler“ fotografias. Enquanto na escrita o que importa é articular a linguagem para comunicar algo, conseguimos dar significado a uma fotografia se soubermos utilizar e organizar os elementos que a compõe.
   No primeiro momento, os participantes tiveram contato com uma ou duas fotos e frases relacionadas a elas. O coordenador da oficina mostrou aos participantes o quanto essas frases estão mais próximas ou distantes da linguagem poética, preparando-os para desenvolver a proposta. Em seguida, o coordenador expôs algumas imagens aleatoriamente. Em duplas, os presentes escolheram a imagem que mais lhes agrada e juntos tentaram produzir uma frase curta, relacionada a essa foto, empregando a linguagem poética. Executaram a proposta com o apoio do orientador e de sua equipe. O próximo passo foi a organização destas frases de forma a criar um poema coletivo. Com o grupo, o coordenador discutiu qual seria a melhor disposição das frases. Alguns voluntários leram o poema em sua versão final.
   Já no segundo momento, ocorreu o inverso. O coordenador usou uma frase ou um pequeno poema como mote para que cada dupla fotografasse, dentro do espaço em que estava, algo que estivesse relacionado com a frase/poema. Assim foram produzidas diversas imagens. No último momento da oficina, fizemos uma apreciação coletiva dos trabalhos produzidos. 

Resultados

1ª parte



"Uma pessoa fazendo um caminho para sua volta, mas o mar o apagará" 
Guilherme e Airton


"Não importa a diferença entre sexo ou cor. Todos somos iguais com nossos sentimentos, medo e dor"
Andreza e Barbara
"Somos privados, por um muro, de viver outra realidade que é facilmente notável"
Tainá Santos e Vanessa C. 

"Nossa vida é traçada por diferentes galhos"
Hiago e Ianca

 "A felicidade também se encontra na dificuldade."
Afonso e Danilo

"Muitas famílias desalojadas por causa de um país sem estrutura"
Vanessa Bispo e Paloma Fragas

"Em meio a guerra o Amor está em jogo. Não há barreiras para amar!"
Janis Joplin e Joyce Oliveira

Poemas Coletivos

 1

Uma pessoa fazendo um caminho para sua volta, mas o mar o apagará
Nossa vida é traçada por diferentes galhos
Não importa a diferença entre sexo ou cor. Todos somos iguais com nossos sentimentos, medo e dor

 2
Muitas famílias desalojadas por causa de um país sem estrutura
Somos privados, por um muro, de viver outra realidade que é facilmente notável
Em meio a guerra o Amor está em jogo. Não há barreiras para amar!
A felicidade também se encontra na dificuldade.




2ª Parte


"Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo"
Carlos Drummond de Andrade
Foto: Bárbara e Andressa

"Amigo é mesmo folgado 
você dá a mão 
ele quer abraços"
Victor Rodrigues
Foto: Danilo e Afonso

"Postura reta, hein!" e colocou o livro equilibrado na cabeça da filha, cujo sonho era apenas lê-lo"
Edson Rossatto
Foto: Ailton e Guilherme

Antenado

Vê o mundo
Por uma caixa,
E ainda acha
Que sabe tudo.

Um parvo,
Um alienado.
E, contudo, 
Confuso
Diz estar antenado

Edweine Loureiro
Foto: Ianca e Hiago


"Quando o mundo abandonar meu olho. 
Quando meu olho furado de beleza for esquecido pelo mundo.
Que hei de fazer." Manoel de Barros
Foto: Igor e Douglas

"folhas no quintal
dançam ao vento 
com as roupas do varal"
Carlos Seabra
Foto: Joyce e Janis Joplin


"Preconceito, meu amigo, é quando o espelho dos outros não reflete você"
Felipe Valério
Foto: Tainá e Vanessa C


Germinal

"Planto 
com emoção
este verso
em teu coração"
Mario Quintana
Foto: Vanessa B e Paloma

Projeto Arrastão: http://www.arrastao.org.br





quarta-feira, 24 de abril de 2013

Oficinas Projeto Arrastão - ciclo 1

Nós ministramos duas oficinas com os alunos do ciclo 1, período da tarde, do projeto Arrastão. O grupo é de adolescentes entre 15 e 16 anos. A proposta das oficinas é apresentar aos jovens as diversas possibilidades da poesia.

A primeira oficina foi "Música é Poesia". O grupo foi estimulado a declamar ou cantar, algum trecho de música, falar nome de artistas que gostam, nome de canções, etc. Em seguida fizemos uma gincana, divididos em grupos, ao sorteio de uma palavra, o grupo devia cantar uma música que tivesse a palavra exata, o repertório e a memória dos adolescentes estavam ótimos, tivemos que escolher uma palavra extra para o desempate.

Depois discutimos com eles a possibilidade de compor uma música toda utilizando apenas palavras iniciadas com a mesma letra, apresentamos para eles alguns exemplos e, para nossa surpresa, eles nos apresentaram outros exemplos com as mesmas letras que as do nosso exemplo.

Então lançamos o desafio: compor uma poesia, curta, com palavras iniciadas com a mesma letra, porém, para dificultar um pouco, cada grupo escolheu 10 palavras para o outro grupo montar.

Letra H - Palavras: 

HARMONIA - HOJE - HIGIENE - HONRA - HORA - HERÓI - HOUVER - HENRIQUE - HORIZONTE - HOMEM


Letra T - Palavras:

TEU - TEMPO - TRAMA - TORCIDA - TORTURA - TESOURO - TEMPESTADE - 
TRANSTORNO - TUMULTO


Conversamos como podemos trabalhar a mesma melodia para diferentes músicas e  como podemos dar novas versões para músicas já existentes. Discutimos sobre processo criativo e fontes de inspiração então, para encerrar as atividades, propomos que os alunos reconstruíssem, a partir de trechos recortados, as músicas E.C.T. (Nando Reis, Marisa Monte e Carlinhos Brown) e Caleidoscópio (Paralamas do Sucesso), ficaram ótimas.

Nossa segunda oficina com este grupo foi de "Fanzine". Para dar início as atividades e quebrar o gelo, foi proposto aos alunos que dissessem alguma notícia que o tenha marcado, seja pela forma como foi apresentada ou pelo conteúdo em si. Então conversamos sobre o que é um fanzine, com uma breve contextualização histórica, explicamos aos adolescentes quando surgiram os primeiros fanzines, qual o propósito e como eram produzidos e distribuídos. Disponibilizamos para manuseio e apreciação, diferentes publicações, para que pudessem observar, comparar e compreender melhor sobre o que iriam fazer.

Então, divididos em grupos, os alunos escolheram um tema e receberam materiais para selecionar conteúdo para os fanzines. Depois, buscando apresentar as diferentes linguagens da poesia, foi proposto que os alunos buscassem em livros de poesias textos referentes aos temas abordados.

Abaixo as capas e introdução dos Fanzines produzidos.


Cool - tura

Raquel - Ana M. - Evelyn D. - Brandy

         




Esporte

Andreza - Henrique Lucio

                     


&

Danilo e Lima - Marcela Franco - Vinícius Deniz - Thabatta Noemy

                           











Sociedade

Igor Silva - Marcela Letícia - Thais Morais - Ingrid Melo

                              






quinta-feira, 18 de abril de 2013

8ª saída dos Poetas Ambulantes

Na última terça-feira, 16 de abril, realizamos a 8ª saída dos Poetas Ambulantes, pelos coletivos da cidade de São Paulo. Dessa vez, o destino era o TerSarau, que acontece toda terceira terça-feira do mês, no bairro do Heliópolis. O nosso ponto de partida foi a estação Calmon Viana, linha Safira da CPTM. 

Saímos de Calmon Viana por volta das 15h, estávamos em seis poetas, Carolina Peixoto, Ligia Harder, Lu’z Ribeiro, Marina Vergueiro, Mel Duarte e Thiago Peixoto, além da nossa fotografa, Renata Armelin. Adentramos os primeiros vagões e começamos a disparar nossos versos com o trem ainda um pouco vazio, os passageiros com o tempo foram se envolvendo com as poesias, fixando-nos os olhares e soltando os seus sorrisos. 

Na estação Jardim Romano, encontramos com mais um poeta para engrossar a nossa voz, Victor Rodrigues. Partimos com destino ao Brás, trocando de vagão a cada estação, para impactar o maior número de pessoas possível. Ao chegarmos, fizemos baldeação para ir sentido Tamanduateí, ontem pegaríamos a linha verde do metrô. Nesse trajeto tivemos a sorte de pegar um trem um pouco mais cheio, foi uma receptividade muito grande por parte dos passageiros, que nos concederam uma calorosa salva de palmas quando desembarcamos. 

Como todos sabem, nessas linhas é comum o trabalho de ambulantes, foi um tanto quanto inusitado dividir o espaço no vagão com eles, de forma que a ação de um não atrapalhasse a do outro. Foi muito bacana, nos respeitamos, cada um deu seu recado, e todos consumimos poesia. Os passageiros que se encorajaram a declamar, ganharam os livros Brasil Cem Sentidos, da Eliana de Freitas, #PoucasPalavras, do Renan Inquérito e Embrionários versos revolucionários, do Thiago Peixoto, que doaram seus livros ao coletivo, que repassou o presente nessa ação. 

Já no metrô, na linha verde (onde faríamos um percurso de ida até a estação Ana Rosa e voltar para a estação Sacomã), passamos por uma situação um tanto quanto lamentável, mas que infelizmente sabíamos que aconteceria alguma hora. Quando estávamos na Chácara Klabin, no meio de uma intervenção, com o vagão relativamente ocupado, os seguranças do metrô adentraram e nos impediram de continuar, alegando que estávamos infringindo o regulamento da empresa. Outros poetas que não notaram o que ocorria continuaram a declamar, até perceberem e iniciarem um debate sobre o porquê da proibição. A segurança alegou que incomoda os passageiros. Na mesma hora uma passageira disse que na verdade ela estava incomodada com a ação deles e não com a poesia. Uma outra levantou indignada e mandou eles irem fazer isso na linha vermelha, “lá tá cheio de ambulante e ninguém faz nada. Eles tão trazendo cultura, isso é um absurdo”. 
Contrariados, descemos do vagão (aplaudidos pelos passageiros) e fomos ao encontro da pessoa que, segundo os seguranças, poderia nos autorizar a continuar a ação, mas ela, como era de se esperar, não estava. Foram diversas as vezes que tentamos contato com o metrô, todas as saídas buscamos eles, mas infelizmente nunca chegamos se quer a conhecer quem pode dizer que sim (ou não) podemos fazer poesia lá dentro. Como o metrô é nosso também, continuaremos cuidando dele do nosso jeito, com poesia. 

Impedidos de seguir de metrô, fizemos o resto do trajeto de ônibus, rumo ao TerSarau, no Heliópolis. As pessoas se protegiam do frio, envoltas em poesias de Vinicius de Moraes, Carlos Drummond, Paulo Leminski, entre outros grandes poetas, inclusive nós mesmos. =) 

Agradecemos ao TerSarau por nos receber, foi bem bacana participar e fortalecer o movimento de vocês. Dia intenso de poesia, muita doação, muito aprendizado. 

Veja abaixo um vídeo da última saída: